O caos no atendimento aos segurados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) é mais uma demonstração da maldade do governo de Jair Bolsonaro  que, para privatizar as empresas públicas e cortar ainda mais o número de servidores, pouco se importa com a população, que acaba sofrendo as consequências nefastas do desmonte do serviço público.
A estratégia do governo é desmontar o serviço público, impedindo que os servidores atendam dignamente a população porque faltam funcionários e equipamentos que funcionem, como é o caso do sucateado INSS, onde a má gestão também contribuiu para a fila de espera de 2 milhões de pessoas aguardando resposta ao pedido de benefícios. A direção do Instituto acabou com o atendimento presencial, transferiu os servidores que atendiam no balcão para outras funções e apostou todas as fichas no INSS Digital, como se no Brasil todos tivessem acesso fácil a Internet.
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A mesma política de desmonte atinge fortemente os trabalhadores e as trabalhadoras da Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência (Dataprev), estatal responsável pela gestão da Base de Dados Sociais Brasileira, especialmente a do INSS.  
Apesar desses fatos, a equipe econômica do governo insiste em dizer que o problema dos atrasos na concessão de benefícios do INSS é a falta de atualização do sistema do órgão, que não foi feita a tempo pela estatal, após a reforma da Previdência, promulgada em novembro do ano passado, denúncia a Federação Nacional dos Empregados em Empresas de Processamento de Dados (Fenadados).
Para a diretora de política da Fenadados, Telma Dantas, o governo Bolsonaro não quer debater com a sociedade e o Congresso Nacional o processo de privatização e, para isso, demoniza a estatal, dizendo que ela não presta e está inchada de pessoal, quando não é verdade.
Segundo a dirigente, o governo não conta que a Dataprev tem diversos prêmios nacionais e internacionais de excelência, e é responsável por processar R$ 50 bilhões de benefícios do INSS, ao mês, e R$ 555 bilhões, por ano, o que equivale a 8% do Produto Interno Bruto (PIB) do país. E mais: 98% da receita da Dataprev são oriundos do processamento da folha do INSS, pagos pelo governo federal para a empresa fazer esse serviço pela gestão das folhas de aposentadorias e pensões.
 “A Dataprev deu um lucro de R$ 160 milhões no ano passado. Tem uma relação de parceria muito forte com o INSS e o governo quer demitir 493 dos seus trabalhadores e fechar 20 agências da empresa em todo o país. Por que não pegar esse pessoal para trabalhar no INSS, que tem um déficit de 7 mil servidores,  já que eles têm um alto grau de conhecimento do órgão?”, questiona a diretora da Fenadados.
Outro dado, segundo Telma, que o governo tenta esconder da população é que os atrasos na concessão de benefícios vêm ocorrendo muito antes da promulgação da reforma da Previdência.
 “O número de pessoas que procurou se aposentar antes da reforma impactou demais no atendimento. Eu tenho como exemplo o meu estado, o Ceará. Conheço centenas de casos de gente que saiu da capital, Fortaleza, para tentar se aposentar por alguma agência do interior, tamanho era o congestionamento de pedidos nos grandes centros”.
Fonte: CUT