Em reunião realizada na quinta-feira (12), as centrais sindicais — Força Sindical, UGT, CSB e NCST —, propuseram cancelar as manifestações de rua do dia 18 de março devido à orientação da OMS (organização Mundial da Saúde) de evitar aglomerações dado o avanço do coronavírus. Manterão, porém, as ações nos locais de trabalho. No portal Rádio Peão Brasil

centrais no dieese 12 marcoDirigentes sindicais na reunião no Dieese, em São Paulo

Pelo Twitter, a Força Sindical afirmou que, embora tenha decidido suspender as manifestações, não vai deixar de “lutar bravamente pela defesa do serviço público, do emprego, dos direitos sociais e da democracia” e que continuará “denunciando as mazelas promovidas pelo governo Bolsonaro, que tem dilapidado a economia do País, como ficou demonstrado no vergonhoso PIB de 1,1%”.

A CTB, decidiu nesta sexta (13), pela “Suspensão das manifestações convocadas para os grandes centros das principais capitais do país” e pelo “Apoio às paralisações em defesa dos Serviços Públicos, Educação, Emprego, Direitos, Saneamento e Democracia”, somando-se, desta forma, às centrais que defendem o cancelamento das manifestações de rua.

Para a UGT, que é favorável ao cancelamento, conforme disse Ricardo Patah, presidente da entidade, para a Folha de S.Paulo, a preocupação é que “os trabalhadores e trabalhadoras são os mais vulneráveis por não terem assistência médica, diferente da classe média, que está coberta”.

A CUT, por outro lado, em nota divulgada nesta quinta-feira (12), afirmou que “mantém todas as atividades, manifestações e paralisações propostas para defender os direitos da classe trabalhadora, os serviços e as políticas públicas marcadas para a próxima quarta-feira, dia 18 de março”.

No movimento estudantil, o presidente da UNE (União Nacional dos Estudantes), Iago Montalvão, disse pelo Twitter que a entidade não pode “ficar a reboque das mobilizações do dia 15 que Bolsonaro provavelmente vai desmobilizar. Temos que mostrar responsabilidade com a saúde do nosso povo”.

Os protestos do dia 18 visam reivindicar a suspensão das discussões de medidas que prejudicam o emprego e atacam a democracia, os direitos dos trabalhadores e trabalhadoras no Congresso Nacional, como por exemplo, a MP 905/19, a Carteira Verde e Amarela, e denunciar o desmonte dos serviços públicos de saúde, educação, a privatização das estatais.

143 casos confirmados
O Brasil registrou ao menos 143 casos confirmados de Covid-19, segundo informações do G1, de 13/3/20, às 7h, número atualizado a partir de balanços divulgados pelas secretarias estaduais de Saúde e pelo Hospital Albert Einstein.

O secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, o Juruna, afirmou ao jornal Valor que ainda não há consenso entre as centrais sobre a manutenção dos protestos na rua no dia 18. Porém, os sindicalistas pretendem fazer atos nos locais de trabalho. “Não temos o direito de colocar em risco o trabalhador”, disse.

Já o presidente nacional da CUT, Sérgio Nobre, afirmou que as centrais sindicais estão preocupadas com os impactos econômicos e sociais da pandemia e que “Medidas individuais e coletivas têm que ser tomadas, mas essas medidas precisam ser discutidas com a classe trabalhadora e com as centrais sindicais.”

Na reunião de quinta, as centrais — CUT, Força Sindical, CTB, NCST, UGT, CGTB, CSB, CSP-Conlutas e Intersindical — emitiram nota unitária na qual destacaram a necessidade de ações coletivas de prevenção à propagação do vírus. A nota, entretanto, não trata sobre o cancelamento das manifestações.

Diap