Dono de um currículo acadêmico expressivo, o futuro secretário do Tesouro Nacional, Bruno Funchal, está no serviço público desde 2017, quando assumiu a Secretaria da Fazenda do Espírito Santo no governo de Paulo Hartung. Sua passagem pelo cargo ficou marcada pela austeridade e pelo endurecimento do ajuste fiscal.

Aos 39 anos, Funchal é diretor de programa da Secretaria de Fazenda do Ministério da Economia desde o início da gestão de Paulo Guedes. O economista assumirá a vaga que será deixada por Mansueto Almeida, que pediu demissão do cargo. De acordo com o Ministério da Economia, Mansueto auxiliará na transição e a troca só deve se efetivar em 31 de julho.

Bruno Funchal deve assumir o Tesouro Nacional em 31 de julho. Foto: Fred Loureiro/Governo do ES

Funchal é bacharel pela Universidade Federal Fluminense e doutor em Economia pela Fundação Getúlio Vargas (FGV-RJ). Tem pós-doutorado pelo Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada (Impa). É professor titular da Fucape Business School e foi pesquisador visitante na Universidade da Pensilvânia.

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Em sua passagem pelo governo do Espírito Santo, não houve concessão de aumento nem correção salarial pelo índice da inflação do período. Os concursos públicos foram suspensos e os investimentos, reduzidos. O secretário deu seguimento à política de saneamento das contas públicas do estado, iniciada no primeiro governo de Renato Casagrande (PSB) em 2011.

O Espírito Santo é considerado modelo no controle das finanças públicas. O estado tem nota A desde 2012. É o único hoje a ter nota máxima da Secretaria do Tesouro Nacional (STN) quanto à Capacidade de Pagamento do Estado (Capag).

No cargo, Bruno Funchal terá a missão de reequilibrar as contas públicas, que pioraram significativamente desde o começo da pandemia de covid-19. O economista foi um dos formuladores da PEC do Pacto Federativo, que está parada no Senado. Mansueto tem dito que seu sucessor continuará com sua linha de atuação e nada mudará, pois o fiador do esforço fiscal, segundo ele, é o ministro Paulo Guedes.

Para Mansueto, o engessamento do orçamento federal, com despesas obrigatórias, e a existência de comitês de governança do órgão, que atuam em parceria com o Tribunal de Contas da União (TCU), também favorecem a continuidade do seu trabalho.

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