Segundo apurou o Valor, um emissário de Márcia Aguiar, falando também em nome da filha dela com Queiroz, Nathália, foi enviado a dois escritórios de advocacia do Rio de Janeiro

Márcia Oliveira de Aguiar e Fabrício Queiroz (Foto: Reprodução)

Segundo reportagem do Valor, Márcia Oliveira de Aguiar, mulher de Fabrício Queiroz, procurou dois escritórios de advocacia na semana passada para avaliar os prós e os contra de uma eventual delação premiada. Ela, que está foragida desde o dia 18, está disposta a revelar o que sabe sobre o esquema de rachadinhas na Assembleia do Rio de Janeiro.

Queiroz é apontado como o principal operador do esquema de “rachadinha” pelo qual funcionários do então gabinete do deputado estadual Flávio Bolsonaro, atual senador, devolviam parte do salário ao parlamentar. Márcia Oliveira Aguiar estava entre os servidores.

De acordo com o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MP-RJ), Flávio Bolsonaro comandou todo o esquema.

Um emissário de Márcia, falando também em nome da filha dela com Queiroz, Nathália, foi enviado a dois escritórios de advocacia do Rio de Janeiro.

Márcia está foragida, mas a prisão dela é uma questão de tempo. Queiroz, que cumpre prisão preventiva em Bangu, já sinalizou que ficaria calado desde que seus familiares não fossem presos.

Delação de Queiroz

Queiroz assessorou Flávio enquanto o atual senador ocupou mandato de deputado estadual no RJ e seria o operador financeiro do parlamentar, apontam os investigadores. Preso há onze dias durante uma operação articulada pelos Ministérios Públicos de São Paulo e do Rio, ele foi localizado em uma casa em Atibaia (SP). O imóvel pertence ao advogado Frederick Wassef, que atuava como defensor de Flávio até o dia da prisão de Queiroz e que tinha livre acesso ao presidente Jair Bolsonaro.

A delação premiada de Queiroz interessa ao Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MP-RJ), mas ainda não há negociação aberta para tratativas, segundo afirmou ao Valor uma fonte ligada à investigação. A defesa do ex-assessor da família Bolsonaro não contatou formalmente o MP-RJ.

Preso em Bangu, Queiroz continua sendo investigado pelo MP-RJ, apesar de a decisão da 3ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) ter garantido foro privilegiado ao filho do presidente.

Com informações do Valor