Em artigo sobre a política externa da submissão, ela desenha os prejuízos que a destruição do Itamaraty está causando à economia brasileira

Miriam Leitão qualifica Ernesto Araújo como “ridículo”
Miriam Leitão qualifica Ernesto Araújo como “ridículo”

247 – Países que perdem sua soberania, como aconteceu com o Brasil após o golpe de 2016, reduzem seu potencial de crescimento econômico porque passam a ser governados para atender interesses de outras nações – e não seus próprios interesses. É o que demonstra a jornalista Miriam Leitão, que, embora tenha apoiado o golpe, hoje aponta, em artigo, os prejuízos da submissão do Brasil aos Estados Unidos.

"A subserviência aos Estados Unidos, marca maior da política externa do governo Bolsonaro, produz prejuízos concretos. Os americanos reduziram as cotas na exportação brasileira de aço. O Brasil não apenas aceitou, mas premiou o país, mantendo as cotas de importação de etanol americano sem tarifa. Cedeu também quando retirou o nome brasileiro e aderiu ao candidato americano, que foi eleito neste fim de semana para presidir o Banco Interamericano de Desenvolvimento. Um americano no BID é fato inédito na história da instituição. No caso do etanol, o governo quis beneficiar a campanha de Donald Trump à reeleição, só que em detrimento dos interesses dos produtores do Brasil", diz ela. "Quando se fala que uma política externa independente é a que pensa nos interesses do Brasil em primeiro lugar, isso não é apenas retórica. Há efeitos concretos. A subserviência tem um preço", afirma.

Ela também aponta a inconstitucionalidade da política externa. "A Constituição brasileira condena qualquer discriminação de gênero, portanto, a política externa brasileira é inconstitucional na área de direitos da mulher. Na economia, trai os interesses econômicos do próprio país. A diplomacia do governo Bolsonaro se divorciou do Brasil", afirma.

Brasil 247