Semanas após a formação do sindicato nos EUA e Canadá, funcionários da Alphabet, empresa matriz do Google, se unem por iniciativa global.

Foto: New York Times

Funcionários da Alphabet, empresa matriz do Google, estão formando em todo o mundo uma aliança sindical para desenvolver uma estratégia comum e ter maior representação nas políticas da empresa.

O anúncio ocorreu nesta segunda-feira (25), semanas depois que os trabalhadores da gigante de mecanismo de busca e outras unidades da controladora Alphabet formaram um sindicato para escritórios nos Estados Unidos e Canadá. Na época, um dos motivos para a criação eram as acusações contra o Google sobre desrespeito aos trabalhadores e práticas antissindicais. Inicialmente formado a partir de 226 funcionários, o Sindicato dos Trabalhadores da Alphabet nos Estados Unidos já conta com 700 integrantes.

Com o nome Alpha Global, os sindicatos em Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, Suíça, Alemanha e Suécia, entre outros, se uniram em um movimento que é incomum no setor de tecnologia multinacional. Tradicionalmente, as empresas do ramo pagam salários maiores que a média nacional, o que explica em parte a ausência de representação organizada dos trabalhadores.

O intuito da organização é promover uma participação maior dos funcionários nas discussões sobre ética e uso dos produtos, além da promoção da diversidade dentro da empresa. Diferente da maioria dos sindicatos que lutam por negociação de acordos e salários mais justos, o sindicato se concentrará principalmente na luta por igualdade racial ou de gênero e proteção ambiental. O Sindicato dos Trabalhadores da Alphabet se define como um “sindicato minoritário”.

Um exemplo prático sobre a importância de um sindicato na área de tecnologia foi o episódio da invasão do capitólio nos EUA por parte de grupos extremistas de direita. O sindicato americano pressionou o YouTube para tomar medidas mais severas contra o ex-presidente Donald Trump.

Nesse sentido, o sindicato global pretende criar grupos locais que reflitam os valores e interesses dos trabalhadores para atuarem junto à empresa e defenderem o compromisso com o bem estar social.

A UNI Global Union, que representa cerca de 20 milhões de trabalhadores globalmente, disse que ajudou a formar a Alpha Global, a aliança sindical do Google. ​”Os problemas da Alphabet não se limitam a nenhum país e devem ser enfrentados em nível global”, disse a secretária geral da UNI, Christy Hoffman.

De acordo com a legislação trabalhista dos EUA, a Alphabet pode ignorar as exigências do sindicato até que ele consiga o apoio da maioria dos funcionários.

Com informações de Folha de S.Paulo e R7

Disponível em: https://vermelho.org.br/2021/01/26/funcionarios-do-google-formam-alianca-sindical-global/