Previsão dos investidores supera o teto da meta definido pelo Conselho Monetário Nacional para este ano, que é de até 4,75%. Essa foi a nona alta seguida na estimativa de inflação para 2023.

Por Alexandro Martello, g1 — Brasília

Os economistas do mercado financeiro elevaram as estimativas de inflação deste ano e de 2024, e também passaram a projetar uma queda menor da taxa básica de juros, a Selic.

As informações constam do relatório "Focus", divulgado nesta segunda-feira (13) pelo Banco Central. Foram ouvidas mais de 100 instituições financeiras na semana passada sobre as projeções para a economia.

Em 2023, a meta central de inflação foi fixada em 3,25% pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e será considerada formalmente cumprida se oscilar entre 1,75% e 4,75%.

Se confirmado, esse será o terceiro ano seguido de estouro da meta de inflação, ou seja, no qual o IPCA fica acima do teto fixado pelo sistema de metas. Em 2022, a inflação somou 5,79%.

Quanto maior a inflação, menor é o poder de compra das pessoas, principalmente das que recebem salários menores. Isso, porque os preços dos produtos aumentam sem que o salário acompanhe esse crescimento.

Para 2024, a projeção de inflação do mercado financeiro subiu de 3,93% para 4% na semana passada. Foi a quarta elevação seguida da previsão.

A meta de inflação do próximo ano, definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), é de 3% e será considerada cumprida se oscilar entre 1,5% e 4,5%.

Taxa de juros

Atualmente, a taxa Selic está em 13,75% ao ano. O Copom também vem sinalizando de que os juros vão se manter altos por um período mais prolongado.

  • O mercado financeiro elevou a expectativa para a taxa básica de juros da economia, a Selic, de 12,50% para 12,75% ao ano para o fim de 2023.


  • Para o fim de 2024, a projeção do mercado para o juro básico da economia subiu de 9,75% para 10% ao ano.

Com isso, o mercado financeiro segue estimando queda dos juros neste ano e em 2024, mas em menor intensidade.

Produto Interno Bruto

Para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2023, o mercado financeiro reduziu sua previsão de 0,79% para 0,76%.


O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país. O indicador serve para medir a evolução da economia.

Já para 2024, a previsão de crescimento permaneceu estável em 1,5%.

Outras estimativas

Veja abaixo outras estimativas do mercado financeiro, segundo o BC:

  • Dólar: a projeção para a taxa de câmbio para o fim de 2023 permaneceu em R$ 5,25. Para o fim de 2024, continuou em R$ 5,30.

  • Balança comercial: para o saldo da balança comercial (resultado do total de exportações menos as importações), a projeção recuou de US$ 57,6 bilhões para US$ 57,2 bilhões de superávit em 2023. Para 2024, a expectativa para o saldo positivo subiu de US$ 53,9 bilhões para US$ 56,5 bilhões.

  • Investimento estrangeiro: a previsão do relatório para a entrada de investimentos estrangeiros diretos no Brasil neste ano permaneceu em US$ 80 bilhões de ingresso. Para 2024, a estimativa de ingresso continuou também em US$ 80 bilhões.

G1

https://g1.globo.com/economia/noticia/2023/02/13/mercado-sobe-estimativas-de-inflacao-em-2023-e-2024-e-passa-a-ver-corte-menor-nos-juros.ghtml