Edifícios com terrenos maiores que 1.000 metros quadrados tiveram maior alta

Maria Cristina Frias

O número de novas edificações autorizadas pela Prefeitura de São Paulo nos primeiros nove meses de 2018 é 27,8% maior que no mesmo período do ano passado.

Os prédios com terrenos maiores que 1.000 m² tiveram alta mais significativa, de 43,8%. Os dados são da Secretaria Municipal de Urbanismo e Licenciamento da capital.

O resultado é de crescimento porque a base de comparação é baixa, segundo Odair Senra, vice-presidente do Sinduscon-SP (sindicato do setor da construção).

“O número indica uma preparação para a retomada que, acredito, teremos em 2019.”

Na cidade de São Paulo e no interior do estado, as vendas crescem a uma velocidade maior que os lançamentos, segundo Flavio Amary, presidente do Secovi-SP (Sindicato da Habitação).

“É uma sinalização de que, a médio prazo, haverá pressão nos preços, pois não conseguiremos produzir a quantidade de casas demandadas.”

Os dirigentes citam ainda a possibilidade de mudanças na lei do distrato acelerarem o mercado —elas foram aprovadas na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado nesta quarta (7).

Pelas regras atuais, clientes que compraram apartamentos na planta podem receber até 90% de seu dinheiro de volta se desistirem do contrato antes da entrega.

O projeto que foi aprovado na comissão permite que as construtoras fiquem com até metade do valor pago em caso de cancelamento.

O texto vai ao plenário da casa e precisará passar pela sanção presidencial. A expectativa é que isso aconteça ainda neste ano, segundo Amary.

Engrenagens Lubrificadas

A petroleira malaia Petronas vai investir pelo menos US$ 15 milhões (cerca de R$ 56 milhões no câmbio atual) em sua área de lubrificantes do Brasil no ano que vem.

“O plano é aportar outros US$ 50 milhões (R$ 186 milhões) nos próximos anos”, diz Giuseppe D’Arrigo, diretor-executivo global da área.

“É um mercado muito complicado, e a operação tem mantido sua fatia das vendas, mesmo em um cenário difícil. Estamos convencidos de que, se a oportunidade chegar, poderemos aumentar o nível de investimento.”

A companhia aportou quase R$ 33 milhões neste ano em um centro de pesquisa e tecnologia em Contagem (MG), que deverá receber novos recursos à medida que se desenvolve, afirma.

A modernização da fábrica na mesma cidade e o setor de marketing também serão fortalecidos.

A linha de produtos voltada ao segmento agrícola tem sido a mais bem sucedida no país nos últimos anos, mas a companhia prevê um incremento nos setores industrial e automotivo a partir de 2019, segundo Guilherme de Paula, diretor para as Américas.

“Deveremos crescer 3% no ano que vem, um pouco acima do PIB”, diz ele.

Fonte: Folha de S.Paulo, 9 de novembro de 2018.