Por Alexandro Martello, G1 — Brasília

O Ministério da Economia informou nesta quinta-feira (1º) que a balança comercial registrou superávit de US$ 2,293 bilhões em julho deste ano. Esse é o pior resultado para o mês desde 2014.

Quando as exportações superam as importações, o resultado é de superávit. Quando acontece o contrário, o resultado é de déficit.

De acordo com o governo federal, ao todo, as exportações somaram US$ 20,054 bilhões em julho, e as importações, US$ 17,761 bilhões.

O saldo positivo do mês passado representa queda de 40,8% na comparação com o mesmo período do ano passado, quando o superávit chegou a US$ 3,874 bilhões.

Comparação com julho de 2018

Na comparação com julho do ano passado, as exportações tiveram queda de 14,8%. As importações registraram retração de 8,9%.

No caso das exportações, houve recuo de 16,7% na venda de produtos básicos, de 12,3% de produtos manufaturados e de 4,6% de semimanufaturados.

Nas importações, o governo federal informou que recuaram as compras de bens de capital (-53%), mas subiram as aquisições bens de consumo (+1%), de bens intermediários (+4,9%) e de combustíveis e lubrificantes (+22%).

De acordo com o subsecretário de Inteligência e Estatística do Ministério da Economia, Herlon Brandão, a queda nas exportações, em julho, está relacionada com a venda, no mesmo mês do ano passado – sem correspondência neste ano – de uma plataforma de petróleo para o exterior.

Mesmo assim, se for desconsiderada a exportação dessa plataforma de petróleo, as vendas externas teriam recuado cerca de 10% contra julho de 2018. Isso se deve, segundo ele, à queda nas exportações de petróleo (-61%) e de soja (-34,6%).

“A queda nas exportações de petróleo tem a ver com desaceleração da economia mundial, com demanda menor por energia. A [queda na venda de] soja, está mais relacionada com os problemas sanitários na China. Temos uma crise na criação de suínos na China. E a principal importação que aquele país faz de soja é para alimentação animal”, explicou Brandão.

De acordo com ele, a redução nas venda externas de petróleo e soja responde por mais da metade da queda de todas as exportações em julho, contra o mesmo mês do ano passado.

Parcial do ano

No acumulado dos sete primeiros meses deste ano, o governo federal informou que o saldo da balança ficou positivo em US$ 28,369 bilhões.

O superávit comercial, com isso, teve queda de 16,3% na comparação com o mesmo período do ano passado, quando o resultado foi de US$ 33,891 bilhões.

Esse também foi o pior resultado, para esse período, em três anos, ou seja, desde 2016 - quando foi registrado um superávit de US$ 28,211 bilhões.

No acumulado deste ano, de acordo com o Ministério da Economia, as exportações somaram US$ 129,896 bilhões, com média diária de US$ 889 milhões (queda de 4,7% na comparação com o mesmo período do ano passado).

As importações totalizaram US$ 101,527 bilhões, comédia diária de US$ 695 milhões (queda de 0,9% em relação ao mesmo período de 2018).

Mercados compradores

De acordo com o governo, os principais compradores de produtos brasileiros no acumulado deste ano foram:

  1. China, Hong Kong e Macau: US$ 37,575 bilhões;
  2. Estados Unidos: US$ 17,378 bilhões;
  3. Argentina: US$ 5,991 bilhões;
  4. Países Baixos: US$ 5,021 bilhões;
  5. Alemanha: US$ 2,955 bilhões.

Saldo e projeções

No ano passado, a balança comercial registrou superávit de US$ 58,3 bilhões. Com isso, o saldo positivo, assegurado principalmente pela exportação de produtos básicos, ficou 13% abaixo do de 2017.

A expectativa do mercado financeiro para este ano é de nova queda do saldo comercial. Segundo pesquisa realizada pelo Banco Central na semana passada, a previsão para 2019 é de um saldo positivo de US$ 52 bilhões nas transações comerciais do país com o exterior.

O Banco Central, por sua vez, prevê um superávit da balança comercial de US$ 46 bilhões para este ano, com exportações em US$ 243 bilhões e importações no valor de US$ 197 bilhões.

O Ministério da Economia manteve nesta quinta-feira a previsão de que o saldo positivo da balança comercial para este ano some US$ 56,7 bilhões, com US$ 234,5 bilhões de exportações e US$ 177,7 bilhões de compras do exterior.

G1