As eleições primárias da Argentina neste domingo (11), conhecidas como Primárias Abertas, Simultâneas e Obrigatórias (Paso), apontaram o favoritismo da chapa Alberto Fernández-Cristina Kirchner para as eleições gerais de outubro. Na disputa de 2019 mais esperada, até aqui, na América do Sul, o atual presidente, o neoliberal Mauricio Macri, foi derrotado com uma diferença de cerca de 15 pontos.
Com 86,75% dos votos apurados, a chapa kirchnerista aparece com 47,35%, contra 32,33% da composição de Macri, que tem como candidato a vice-presidente o senador Miguel Ángel Pichetto. Em terceiro, aparece a chapa do ex-ministro Roberto Lavagna, com 8,37%.
“Tivemos uma eleição ruim “, admitiu Macri, em discurso por volta das 22h10, antes mesmo de os resultados serem divulgados. A previsão era que os primeiros números começassem a sair às 21h, mas nada havia sido divulgado até então. A imprensa local falou em “problemas técnicos” na contagem. A contagem na Argentina é feita pela empresa Smartmatic.
Em uma mensagem gravada, Cristina agradeceu os votos e pediu que não se “repetisse o que aconteceu em 2017”, quando ela se candidatou ao Senado por Buenos Aires e Macri comemorou a derrota da ex-presidente – que acabou eleita. “Quero pedir que não volte a ocorrer o que ocorreu em 2017. Os números que temos são muito amplos”, afirmou. “Quero que esta noite se conheça o número verdadeiro, não por nós, mas pelos argentinos, que foram votar.”
Na Argentina, para vencer no primeiro turno, não é necessário ter apenas mais de 50% dos votos: se o primeiro colocado superar 45% ou tiver mais de 40% e uma diferença de dez pontos percentual em relação ao segundo, a eleição termina.
O processo de primárias, em teoria, deveria servir para definir os candidatos habilitados a participar das eleições presidenciais que ocorrem em 27 de outubro. No entanto, nenhum dos partidos indicou mais de uma chapa e, por isso, o pleito funcionou somente como uma espécie de pesquisa de intenção de voto, já que os cidadãos argentinos são obrigados a participar. No entanto, ainda vale a regra: a chapa que não atingir 1,5% dos votos não será listada em outubro.
Em outro resultado negativo para Macri, a governadora da província de Buenos Aires, María Eugenia Vidal, aliada do presidente, ficou em segundo lugar nas primárias. Ela teve 17 pontos de desvantagem para o ex-ministro Axel Kicillof, que comandou a pasta da Economia no governo Cristina.
Economia e aborto
As discussões em torno da economia argentina dominam a corrida eleitoral. Isso porque o país passa por sua maior crise desde que declarou moratória, às vésperas do natal de 2001. O próximo mandatário terá de lidar com a crescente desvalorização da moeda nacional frente ao dólar e com uma inflação que fechou 2018 em 47,6%, o maior índice dos últimos 27 anos.
O endividamento público do país também é um problema. A Argentina chegou a recorrer a um empréstimo de US$ 57,1 bilhões junto ao Fundo Monetário Internacional. Especialistas sugerem que o país pode ter de declarar moratória novamente.
Outro tema presente nos debates é o da legalização do aborto, pauta que paralisou o país em 2018, quando um projeto de legalização passou pela Câmara e foi rejeitado pelo Senado. A aprovação da lei foi amplamente defendida por Cristina.
Com informações do Opera Mundi
“Tivemos uma eleição ruim “, admitiu Macri, em discurso por volta das 22h10, antes mesmo de os resultados serem divulgados. A previsão era que os primeiros números começassem a sair às 21h, mas nada havia sido divulgado até então. A imprensa local falou em “problemas técnicos” na contagem. A contagem na Argentina é feita pela empresa Smartmatic.
Em uma mensagem gravada, Cristina agradeceu os votos e pediu que não se “repetisse o que aconteceu em 2017”, quando ela se candidatou ao Senado por Buenos Aires e Macri comemorou a derrota da ex-presidente – que acabou eleita. “Quero pedir que não volte a ocorrer o que ocorreu em 2017. Os números que temos são muito amplos”, afirmou. “Quero que esta noite se conheça o número verdadeiro, não por nós, mas pelos argentinos, que foram votar.”
Na Argentina, para vencer no primeiro turno, não é necessário ter apenas mais de 50% dos votos: se o primeiro colocado superar 45% ou tiver mais de 40% e uma diferença de dez pontos percentual em relação ao segundo, a eleição termina.
O processo de primárias, em teoria, deveria servir para definir os candidatos habilitados a participar das eleições presidenciais que ocorrem em 27 de outubro. No entanto, nenhum dos partidos indicou mais de uma chapa e, por isso, o pleito funcionou somente como uma espécie de pesquisa de intenção de voto, já que os cidadãos argentinos são obrigados a participar. No entanto, ainda vale a regra: a chapa que não atingir 1,5% dos votos não será listada em outubro.
Em outro resultado negativo para Macri, a governadora da província de Buenos Aires, María Eugenia Vidal, aliada do presidente, ficou em segundo lugar nas primárias. Ela teve 17 pontos de desvantagem para o ex-ministro Axel Kicillof, que comandou a pasta da Economia no governo Cristina.
Economia e aborto
As discussões em torno da economia argentina dominam a corrida eleitoral. Isso porque o país passa por sua maior crise desde que declarou moratória, às vésperas do natal de 2001. O próximo mandatário terá de lidar com a crescente desvalorização da moeda nacional frente ao dólar e com uma inflação que fechou 2018 em 47,6%, o maior índice dos últimos 27 anos.
O endividamento público do país também é um problema. A Argentina chegou a recorrer a um empréstimo de US$ 57,1 bilhões junto ao Fundo Monetário Internacional. Especialistas sugerem que o país pode ter de declarar moratória novamente.
Outro tema presente nos debates é o da legalização do aborto, pauta que paralisou o país em 2018, quando um projeto de legalização passou pela Câmara e foi rejeitado pelo Senado. A aprovação da lei foi amplamente defendida por Cristina.
Com informações do Opera Mundi