Por Victor Rezende, Valor PRO — São Paulo

Argumentos como a revisão da cesta de consumo do IPCA pela Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) e indicadores que continuam a mostrar gradualismo na expansão da economia deram apoio para o mercado confiar em um afrouxamento monetário ainda mais agressivo pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC). Com a possibilidade do juro básico em 4,5% no fim deste ano cada vez mais forte, instituições passaram a projetar Selic a 4% no próximo ano e algumas já indicaram que a taxa pode sofrer ainda mais reduções.

“Passamos a esperar que o Copom estenda o ciclo de corte de juros para além do nível de 5%. Em adição ao corte de 0,50 ponto projetado para a reunião dos dias 29 e 30 de outubro, acreditamos que o comitê realizará mais um movimento de mesma magnitude em dezembro, seguido por dois cortes de 0,25 ponto em fevereiro e março de 2020”, dizem os economistas do Itaú Unibanco em relatório.


Para o Itaú, os fatores de risco para a inflação tiveram poucas mudanças nas últimas semanas, enquanto as leituras recentes do IPCA “seguiram bem comportadas, mais baixas que o esperado”. Os economistas do banco apontaram, também, que os indicadores de atividade começaram a ensaiar recuperação mais consistente, mas notam que, diante da capacidade ociosa elevada, “melhoras nesse fronte ainda não representam risco relevante de pressão inflacionária no horizonte relevante de política monetária”.

Nos dados de atividade de agosto, o volume de serviços e as vendas do comércio varejista frustraram as estimativas dos agentes, enquanto a produção industrial surpreendeu positivamente. Ontem, foi a vez de o IBC-Br encerrar a leva de dados de agosto, ao apresentar alta de 0,07% em relação a julho, abaixo do ponto médio das estimativas do mercado (+0,2%).

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