Por Bruno Villas Bôas, Valor

Levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgado hoje mostra que o uso do trabalho remoto no país durante a pandemia, o chamado “home office”, ficou abaixo de seu potencial anteriormente estimado.

De acordo com o levantamento, com base em dados do IBGE, 13,3% das pessoas ocupadas exerceram suas atividades de forma remota em maio (8,7 milhões de pessoas). Estudo anterior do Ipea estimava que 22,7% das ocupações (20,8 milhões) poderiam ser realizadas de casa.

Para estimar o potencial de teletrabalho no país, o Ipea usou uma metodologia desenvolvida pelos pesquisadores Jonathan Dingel e Brent Neiman, da Universidade de Chicago, que classificaram as ocupações por potencial de realização a distância para o mercado norte-americano.

De acordo com a pesquisa, o Piauí, que apresentara o menor percentual de teletrabalho potencial, é o sétimo Estado com maior percentual de pessoas ocupadas exercendo suas atividades de forma remota, segundo dados da Pnad Covid de maio, pesquisa do IBGE. O estudo não detalhou os motivos.

Ao mesmo tempo, Santa Catarina, Estado que era o quarto maior potencial de teletrabalho, foi apenas o 19º no percentual de ocupados efetivamente trabalhando remotamente. Em maio, Santa Catarina tinha a menor taxa de letalidade por covid-19 entre Estados do Sul e Sudeste.

O levantamento mostra que o Distrito Federal apresentava em maio a maior proporção de trabalhadores exercendo suas atividades de forma remota (25%). No outro extremo, o Mato Grosso, onde apenas 4,5% das pessoas ocupadas estavam efetivamente exercendo suas atividades de forma remota.

Em quantidade de pessoas trabalhando remotamente, destacaram-se os Estados de São Paulo (3,1 milhões de pessoas, 36% do total de pessoas em trabalho remoto); Rio de Janeiro (1,2 milhão de pessoas, 13,6%) e Minas Gerais (685 mil pessoas, 7,9% do total).

(Esta reportagem foi publicada originalmente no Valor PRO, serviço de informações e notícias em tempo real do Valor Econômico)