O governo precisaria de pelo menos 308 votos dos 513 deputados para aprovar a proposta, já que se trata de uma emenda à Constituição e, portanto, necessita de quórum especial.

Antes da delação dos irmãos Batista, da JBS, o texto era fortemente criticado pela oposição e já encontrava resistência na própria base aliada do governo. Agora, denunciado, com uma impopularidade recorde e sem margem financeira para barganhar - já que gastou boa parte das emendas parlamentares para salvar a sua pela da investigação do Supremo Tribunal Federal -, o governo reduz as chances para colocar a proposta e pauta.

A declaração de Maia foi feita ao sair da reunião com a equipe econômica do governo, com os ministros da Fazenda, Henrique Meirelles, e do Planejamento, Dyogo Oliveira, além de deputados líderes de bancada na Câmara.

De acordo com Maia, o encontro foi sobre "toda a situação fiscal do estado brasileiro". Maia reforçou o discurso de que a única solução para a crise econômica é a reforma da Previdência.

"A mais estruturante, a mais definitiva, aliás a única [solução] definitiva é a reforma da Previdência, que hoje nós não temos voto para aprová-la, e eu estou deixando bem claro isso entre os líderes", disse Maia, reformando que para conseguir os votos necessários vai exigir mais tempo de negociações, o que o governo não tem.

"Para mim, o ideal era que a gente conseguisse aprovar a reforma da Previdência hoje. Mas essa maioria não será construída hoje", afirmou. 

                                   

Fonte: Vermelho, 16 de agosto de 2017