Por Valor — São Paulo

A revista britânica “The Economist” defende em sua última edição que o democrata Joe Biden seja o próximo presidente dos EUA. Na capa da edição de 31 de outubro a 6 de novembro, a “Economist” afirma que Biden precisa ganhar a eleição da próxima terça-feira para reconstruir um país mais dividido do que há quatro anos.

No editorial que leva o título de “Why it has to be Joe Biden” (Por que tem de ser Joe Biden), a revista britânica afirma que “o país que elegeu Donald Trump em 2016 estava infeliz e dividido”. Hoje, quatro anos depois, os EUA estão ainda mais divididos e infelizes.

Depois de quase quatro anos de liderança de Trump, segundo a Economist, a política está ainda mais raivosa e o partidarismo tem falado mais alto. Além disso, afirma, o cotidiano dos americanos vem sendo consumido “por uma pandemia que registrou quase 230 mil mortes em meio a brigas, disputas e mentiras”. “Muito disso é obra de Trump, e sua vitória em 3 de novembro endossaria tudo”, diz o texto.

“Joe Biden não é uma cura milagrosa para o que aflige os EUA. Mas ele é um bom homem que restauraria estabilidade e civilidade à Casa Branca”, diz a revista, ao afirmar que o democrata está pronto para começar a “difícil tarefa de reconstruir um país dividido”. “É por isso que, se pudéssemos votar, seria em Joe”, diz.

Segundo a “Economist”, nos últimos quatro anos Trump “profanou repetidamente os valores, princípios e práticas que fizeram dos EUA um paraíso para seu povo e um farol para o mundo”. “Aqueles que acusam Biden do mesmo ou pior, deveriam parar e pensar. Aqueles que despreocupadamente descartam a intimidação e as mentiras de Trump, como se fossem [apenas] tuítes, estão ignorando o dano que ele causou”, continua. “A característica mais impressionante da presidência de Trump é seu desprezo pela verdade.”

Biden, apesar de suas políticas estarem mais à esquerda do que as de governos anteriores, “não é revolucionário”, diz o texto. “Seu aumento de impostos sobre empresas e ricos seriam significativo, mas não punitivo.” A publicação afirma que o democrata tentaria ampliar serviços de saúde e educação e gerar empregos por meio de sua proposta de mudança climática. “Ele é um administrador competente. (…) Ele ouve conselhos de especialistas, mesmo quando são inconvenientes.”