Setor de transformação abre 2,1 mil vagas em agosto e garante saldo positivo em mês de fechamento de 1,5 mil postos na construção civil

Shutterstock

                                      

A indústria da transformação puxou o saldo positivo na geração de empregos do Paraná em agosto, segundo o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) divulgado na quinta-feira, 21, pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Somente o setor foi responsável pela abertura de 2,1 mil vagas, seguido por comércio (709) e serviços (432). Por outro lado, a construção civil fechou 1,5 mil postos, o que fez com que o Estado fechasse o mês com somente 1,1 mil admitidos a mais do que o número de demitidos. 

No acumulado de janeiro a agosto, a indústria já gerou 13,3 mil vagas, mais da metade dos 25,2 mil de saldo entre todos os setores. Ainda, tem resultado negativo de somente 700 postos para 12 meses, o que indica uma recuperação próxima para uma atividade que antecipa movimentos em outras áreas da economia. 

O Brasil somou saldo positivo de 35,4 mil vagas em agosto, mas com boa participação de serviços (23,2 mil), da indústria (12,8 mil) e do comércio (10,7 mil). A agropecuária, com fechamento de 12,4 mil postos de trabalho por questões sazonais, foi o contraponto nacional, conforme o Caged. O País têm 163,4 mil empregos gerados de janeiro a agosto e ainda conta com saldo negativo de 544,6 mil em 12 meses. 

O coordenador-geral de Estatísticas do MTE, Mário Magalhães, afirma que há uma generalização cada vez maior da geração de empregos entre setores e regiões. Ele destaca que o salário médio de admissão aumentou 5,3% acima da inflação desde janeiro, com valor de R$ 1.495. No entanto, ele reconhece que o salário de demissão é bem superior, de R$ 1.709, o que gera uma perda da massa salarial. "O volume de pessoas que permanecem procurando emprego no mercado ainda é bastante elevado. O salário médio de admissão está sendo valorizado, mas a aproximação com o de demissão ainda não é sentida pela forte oferta de mão de obra", diz. 

Para o consultor econômico da Acil (Associação Comercial e Industrial de Londrina) e colunista da FOLHA, Marcos Rambalducci, o movimento na geração de empregos no Paraná era esperado pela expectativa positiva gerada em setores como indústria, serviços e comércio. Ele lembra que a queda no valor da cesta básica e a inflação que aparece sob controle complementam o cenário para a retomada da atividade econômica. "A construção civil costuma crescer a reboque de outros setores, porque a compra nesse setor depende mais da geração de renda do que outros, então é preciso que a economia se estabeleça primeiro", diz. "Mas quando a indústria e os serviços reagem, isso indica um desempenho muito interessante", completa. 

                               

Londrina negativa 

O saldo entre empregados e desempregados em Londrina fechou agosto com fechamento de 441 vagas. Houve queda de 259 carteiras assinadas no comércio, menos 112 na indústria e perda de 110 em serviços. "O resultado surpreende porque destoa do que vínhamos observando. A cidade devolveu um monte dos empregos que foram gerados nos últimos três meses", diz Rambalducci. 

Praticamente dois terços do resultado negativo de Londrina no acumulado do ano, que é de fechamento de 662 vagas, ocorreu no mês passado. Nos últimos 12 meses, a cidade perdeu 3,2 mil empregos. 

O economista lembra ainda que outras cidades da Região Metropolitana de Londrina ficaram com resultado negativo no mês. Rolândia, que abriu 242 vagas, e Arapongas, positiva em 140, são os destaques positivos. (Com Agência Estado)

                            

Fonte: Folha de Londrina, 22 de setembro de 2017