De janeiro a março de 2019, a renda média era de R$ 2.748, que subiu e atingiu o pico em agosto de 2020, a R$ 2.931. Chega agora ao valor mínimo de R$ 2.510, em janeiro de 2022

Michelle Portela

O rendimento médio do trabalhador brasileiro teve queda de 7,2% nos últimos três anos, chegando à mínima de R$ 2.510, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O período estudado corresponde ao primeiro trimestre de 2019 e vai até o primeiro trimestre de 2022. 

Entre janeiro a março de 2019, a renda média era de R$ 2.748. Começou a subir e atingiu o pico em agosto de 2020, com R$ 2.931. Depois disso, e sobretudo a partir de janeiro de 2021, a queda se acentuou até chegar ao valor mínimo de R$ 2.510, em janeiro de 2022.

Para Rodolpho Tobler, economista do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), os salários pagos representam um motivo de preocupação às diversas categorias. “Apesar de os valores serem altos, não há nada para comemorar. Isso porque indicam que houve um aumento das demissões dos profissionais que recebem menos, por causa da pandemia. Existiam menos pessoas trabalhando, mas que recebiam mais”, avalia.

Emprego

A breve recuperação econômica no período pós-pandemia, ao menos, surtiu efeito na empregabilidade. "A queda é explicada pela recuperação econômica, já que houve mais contratações, justamente para repor as pessoas que haviam sido demitidas no auge da pandemia. A queda também se dá porque a demanda por trabalho e emprego estava muito grande, o que diminui a capacidade de negociação. Geralmente, o poder está nas mãos do contratante. Por fim, tem a inflação, que está muito alta. Isso consome o salário das pessoas e, como o índice mede o salário real, esse fator pesa muito”, explica Rodolpho.

O mercado de trabalho também está dando sinais de melhora, mas a informalidade persiste. “O que atrapalha é que a informalidade cresceu bastante, mas agora temos uma recuperação mais robusta do mercado de trabalho, o que faz com que a formalidade cresça”, conclui. 

CORREIO BRAZILIENSE

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