A pesquisa AtlasIntel/Bloomberg mostra que a imagem positiva do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, subiu três pontos percentuais em junho, atingindo 45%. Já a rejeição caiu cinco pontos, mas ainda permanece alta, em 51%. É o melhor resultado do ministro desde janeiro, apesar de a avaliação negativa continuar predominando. As informações estão no blog de Bela Megale, em O Globo.

A melhora ocorreu mesmo após a derrota do governo no Congresso, que derrubou o aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) — medida defendida por Haddad. A pesquisa foi feita entre os dias 27 e 30 de junho com 2.621 entrevistados e margem de erro de dois pontos percentuais.

Haddad tem sustentado que a suspensão dos efeitos do decreto do IOF e da decisão do Congresso pelo STF não representa derrota para nenhum dos Poderes. Ele afirmou que prefere tratar o assunto “institucionalmente” e que o Congresso extrapolou ao derrubar o decreto.

O ministro defendeu a medida como parte do compromisso com o arcabouço fiscal, alegando que o aumento é necessário para cumprir o teto de despesas acordado. “Estamos combatendo privilégios”, disse. Haddad afirmou ainda que o Supremo busca restabelecer o equilíbrio entre os Poderes, especialmente no tema das emendas parlamentares.

Haddad destaca negociações sobre o Orçamento de 2026 e a meta fiscal

Haddad destacou que as negociações com o Congresso em torno do IOF influenciarão o envio do Projeto de Lei Orçamentária de 2026, previsto para este mês. Ele reafirmou o compromisso de zerar o déficit fiscal ainda em 2025 e buscar superávit em 2026.

Embora não descarte mudanças, Haddad disse que rever a meta “não está nos planos”. Ele reforçou a necessidade de apoio político e cobrou “honestidade intelectual” no debate público, criticando setores que, segundo ele, tentam sabotar o crescimento econômico.

Justiça tributária e desigualdade

Um dos pontos centrais do discurso do ministro tem sido a defesa de um ajuste fiscal que recaia sobre os mais ricos. Haddad comparou a desigualdade brasileira com a de países africanos e apontou a necessidade de que o topo da pirâmide contribua mais: “Essa turma da cobertura não está contribuindo com o ajuste fiscal”, frisou o ministro.

Haddad defendeu a ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda até R$ 5 mil e provocou o ex-presidente Jair Bolsonaro, dizendo que ele terá dificuldade em barrar a medida no Congresso, já que prometeu a isenção e não cumpriu. Ele também acusou Bolsonaro de ter atuado contra a reforma tributária e criticou a extrema-direita por votar contra o projeto no Congresso.

“No caso da reforma tributária, ele [Bolsonaro] foi a campo. Ele sentou nos gabinetes do Senado e realmente militou contra o Brasil. Agora, eu acredito que ele vai ter mais dificuldade em fazer isso, mas ele vai trabalhar contra”, disse Haddad.

Acordo Mercosul-União Europeia

O ministro da Fazenda demonstrou otimismo com a conclusão do acordo entre Mercosul e União Europeia ainda em 2025. Ele afirmou que Lula está determinado a selar o pacto até o fim do ano, após reunião com emissários franceses para tratar dos ajustes finais.

Segundo Haddad, a consolidação do acordo pode ter impacto positivo de até 0,34% no PIB brasileiro ao longo de 20 anos — o equivalente a R$ 37 bilhões. França e Polônia ainda são os principais entraves para a formalização do tratado.

ICL NOTÍCIAS
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