O FMI (Fundo Monetário Internacional) elevou na terça-feira (3) a previsão de crescimento da economia brasileira para 2,3% em 2025, acima dos 2% estimados em abril. A revisão ocorre após o PIB (Produto Interno Bruto) do primeiro trimestre registrar expansão de 1,4%, impulsionado sobretudo pela recuperação da safra agrícola, que avançou 12,2% em relação ao último trimestre de 2024, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Apesar do desempenho acima do esperado pelo mercado, o número ficou ligeiramente abaixo da projeção do governo, que esperava alta de 1,6%. Ainda assim, a Secretaria de Políticas Econômicas, ligada ao Ministério da Fazenda, manteve sua estimativa de crescimento anual em 2,4%, citando a resiliência do mercado de trabalho e do crédito.
O FMI também projeta que a inflação brasileira convergirá gradualmente à meta de 3% até o fim de 2027, após atingir 5,2% em 2025.
O organismo internacional também avalia como apropriado o aperto monetário promovido pelo Banco Central desde setembro de 2024 e recomenda cautela no ritmo e extensão de novos ajustes, diante de um cenário internacional incerto e expectativas inflacionárias ainda desalinhadas da meta.
FMI destaca reformas estruturais do Brasil
Em nota, o fundo destacou que reformas estruturais — como a implementação do Imposto sobre Valor Agregado (IVA) e o Plano de Transformação Ecológica — devem sustentar o crescimento no médio prazo, com expansão potencial de 2,5%.
No entanto, o FMI também fez um alerta: para colocar a dívida pública brasileira em trajetória de queda, liberar espaço para investimentos e facilitar a redução dos juros, será necessário um esforço fiscal mais ambicioso. Entre as recomendações, estão a melhoria do arcabouço fiscal (regra que limita o aumento de gastos), ampliação da arrecadação e controle mais rigoroso dos gastos públicos.
A revisão das projeções ocorre em um contexto global menos favorável. A instituição reduziu recentemente a estimativa de crescimento mundial após o agravamento da guerra comercial liderada pelo presidente dos EUA, Donald Trump. A previsão global para 2025 caiu de 3,3% para 2,8%.
Com o Brasil apresentando desempenho acima da média global, o cenário reforça a importância das reformas estruturais e da responsabilidade fiscal como alicerces para sustentar o crescimento econômico de forma duradoura.
ICL NOTÍCIAS
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