O presidente da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, Tasso Jereissati (PSDB-CE), encerrou a sessão desta terça-feira, 30, sem a votação do relatório da reforma trabalhista, como estava previsto. Para evitar novos conflitos na CAE e qualquer risco de derrota no colegiado, o governo articulou um acordo com a oposição que adia a apreciação do texto para o dia 6 – a data vai coincidir com a retomada do julgamento da chapa Dilma-Temer pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).


As conversas entre situação e oposição foram tratadas na manhã desta terça-feira entre Tasso Jereissati e o senador Paulo Paim (PT-RS), que pedia para que o relatório do senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES) fosse apresentado integralmente à CAE. Após uma confusão entre senadores na semana passada, o presidente da CAE do Senado deu o parecer como lido, embora a leitura não tenha ocorrido de fato.


Nesta terça, entretanto, Ferraço leu todo o texto, com o compromisso de que a oposição aceitará a votação na próxima semana. Ao fim da sessão de hoje, os parlamentares aprovaram de maneira simbólica a ata da reunião anterior, validando a tramitação até aqui.


O senador Romero Jucá (PMDB-RR) admitiu o acordo com a oposição, mas negou que o adiamento represente uma derrota do Poder Executivo. “Pelo contrário, nós estamos avançando”, declarou. Perguntado se o julgamento do TSE poderia atrapalhar a votação da próxima semana, Jucá negou. “Qual é o problema? Tem algum senador votando no plenário do TSE? Não tem nada a ver. As reformas são do Congresso agora, não são do governo mais. Então, são para a sociedade. Nós vamos votar na próxima semana”, afirmou.


Ele disse que, no dia seguinte, 7, o texto será apreciado pela Comissão de Assuntos Sociais (CAS). Jucá afirmou acreditar que o Executivo tem apoio suficiente para aprovar a reforma na CAE. O senador Lindbergh Farias (PT-RJ), por outro lado, considera que o apoio à reforma diminuiu com a crise que envolve o presidente Michel Temer. De acordo com Lindbergh Farias, a oposição venceu hoje ao evitar que o governo dê sequência a uma “falsa agenda positiva” no Congresso, além de assegurar mais tempo para buscar apoio de congressistas indecisos.




Fonte: Tribuna do Paraná / Estadão Conteúdo, 31 de maio de 2017.